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MOÇÃO: EM DEFESA DOS ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA DO CASTELO

No passado dia 18 de Dezembro de 2013, milhares de cidadãos, trabalhadores dos Estaleiros Navais e a população de Viana do Castelo, realizaram mais um protesto onde foi reafirmado de forma categórica que “Querem trabalho, não querem desemprego”.
Nesse dia, os trabalhadores dos Estaleiros deslocaram-se a Lisboa onde protestaram junto da residência do Primeiro-Ministro, como sinal de repúdio e descontentamento em relação ao seu futuro e também da construção naval em Portugal.
A luta que tem sido travada, ao longo de vários anos, pelos trabalhadores dos Estaleiros, visa o prosseguimento da atividade da indústria naval e assim todas as manifestações e protestos reivindicam e exigem trabalho e não o desemprego.
Quando o Primeiro-Ministro refere que há preocupações por parte do Governo relativamente ao desemprego não há qualquer justificação para um despedimento coletivo que atinge mais de 600 trabalhadores e tem consequências para as famílias, para o comércio local e para todas as atividades no Concelho.
Onde está a coerência dos atuais governantes quando verificamos o encerramento, por todo o país, de inúmeras empresas, dos mais diversos setores de atividade ao mesmo tempo que continuam a apregoar números que são facilmente desmentidos pela realidade da emigração e pelas dificuldades que se agravam para a maioria das famílias?
A indústria naval em Portugal representa um setor importante da economia nacional e a construção e reparação naval são indispensáveis; os estaleiros precisam de trabalho e não de despedir é este o sentimento dos trabalhadores e de toda a população de Viana do Castelo que o país acompanha com preocupação.
As propostas apresentadas pelos trabalhadores e pelos seus órgãos representativos, têm sido desprezadas e ignoradas por um governo que nada ouve e que não tem em atenção o interesse da economia nacional e dos setores produtivos fundamentais para o desenvolvimento.
Durante anos não houve qualquer aposta para a revitalização e o investimento na empresa mas o governo afirma agora que há dinheiro para as indemnizações; a exigência de aplicação deste valor no investimento e na modernização nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo é a resposta dada pelos trabalhadores.
A população do Concelho de Almada é particularmente sensível pela experiência vivida, conhece as consequências de todas as decisões nesta área de atividade e não esquece o que aconteceu com o encerramento de estaleiros como a Lisnave, a Sociedade de Reparação de Navios (SORENA), a H. Parry & Son e a apelidada reestruturação do Arsenal do Alfeite que conduziram à destruição de milhares de postos de trabalho e também a passagem pela situação de mobilidade especial (amarga experiência) de centenas de trabalhadores.
Estamos solidários com a luta dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e de todos os que enfrentam no dia-a-dia a política destruidora do governo.

A Assembleia Municipal de Almada reunida em Sessão Ordinária em 18, 19 e 20 de Dezembro de 2013, delibera:

1.       Manifestar apoio inequívoco e solidário à luta dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, em defesa dos seus postos de trabalho e do desenvolvimento da indústria naval em Portugal;

2.       Exigir ao Governo a revogação da decisão relativamente à destruição da empresa;

3.       Exigir a implementação de apoios financeiros que permitam a continuação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo como uma empresa do Estado ao serviço da economia nacional.

O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Almada