Catarina Martins, acompanhada por Joaquim Piló, deputados municipais e membros da Coordenadora Concelhia de Almada do BE, reuniram com pescadores na Costa da Caparica e reclamaram a ativação urgente do fundo de apoio para dar resposta aos milhares de pescadores que estão impedidos de sair para o mar.
O país está cada vez mais difícil devido às condições meteorológicas adversas que se têm sentido nas últimas semanas. "Há neste momento entre sete a oito mil pescadores que não conseguem sair para o mar, não conseguem rendimento básico para as suas famílias", declarou a coordenadora bloquista à saída do encontro com a Associação de Pescadores Pesquisucesso, onde foi informada que muitos destes pescadores só conseguiram trabalhar oito dias desde o início do ano.
"É preciso agir já: há um fundo de apoio aos pescadores que deve ser acionado quando estão cinco dias sem poderem sair para o mar e esse fundo não tem sido acionado nem tem havido uma resposta rápida", denunciou Catarina Martins, responsabilizando o excesso de burocracia que tem travado o desbloqueamento das verbas devidas. A coordenadora do Bloco chamou a atenção para o facto de que "o fundo é pago pelos próprios pescadores e deve por isso ser disponibilizado com toda a urgência".
Mas o estado do mar não é a única dificuldade que os pescadores enfrentam e neste encontro foram discutidos outras preocupações, como a falta de acesso a financiamento e de acesso a licenças. Por outro lado, Catarina Martins sublinhou ainda os prejuízos sofridos com o mau tempo na costa portuguesa numa altura em que "os cortes no Estado têm minado a capacidade de dar resposta às situações mais urgentes". E deu um exemplo: "a reposição de areias é uma resposta básica e essencial que não foi feita, que poderia atenuar e muito as circunstâncias que se estão a viver
"Os cortes deixaram à vista a total falência do Estado"
Reagindo ao discurso do primeiro-ministro na conferência patrocinada pela revista Economist, Catarina Martins destacou a mudança de discurso dos governantes. "O governo fala em retoma, Paulo Portas fala em viragem económica. Talvez haja uma viragem no discurso do Governo", afirmou a coordenadora bloquista, sublinhando que no entanto "a situação do país está a agravar-se".
"A falta de capacidade de intervenção do Estado nos setores mais básicos - desde a intervenção no litoral à saúde - mostra a total falência do Estado depois dos cortes que foram feitos", prosseguiu Catarina Martins. Mas "quando vemos os indicadores económicos, verificamos que o país continua em recessão, a dívida pública continua a aumentar, o nosso desemprego é uma tragédia social com um terço da população ativa desempregada ou em subemprego, e tanta gente que foi entretanto obrigada a emigrar".
"O nosso país precisa é de uma viragem política e aí sim terá uma viragem económica", concluiu a coordenadora do Bloco.